6.11.10

O belo vestido verde

Histórias de quando era miúdo…

Ainda me lembro de quando era mais novinho, aí com quatro ou cinco anos, ouvir o meu querido e adorável avô contar belas histórias. Entre tantas histórias que ele me contava antes de dormir, havia uma que me deixava sempre muito pensativo.

Bem, deixemo-nos de rodeios e passemos à história.

Num fantástico palácio vivia uma princesa muito bela, que se vestia sempre da mesma maneira, apesar de ter muitos vestidos. Mas havia um que era especial – um vestido verde, com finas riscas amarelas, comprido, num tecido muito delicado.

A princesa passava o tempo no seu quarto. Gostava de andar descalça e de se deitar em cima da sua cama de colcha e cortina vermelhas. Por companhia tinha apenas o seu cão Joseph. A princesa sabia que tinha muitos pretendentes que todos os dias rondavam o castelo, na expectativa de conquistarem o seu coração, no entanto isso não a interessava. A bela princesa só tinha pensamento para o príncipe de Inglaterra, que conhecera na última viagem que fizera com o rei e a rainha, seus pais, e que prometera visitá-la um dia.

Pois esse dia tinha chegado. A princesa vestiu o vestido verde, mirou-se ao espelho, presente do príncipe, e desejou voar. De súbito, os seus pés descalços deixaram o chão encerado do quarto e desapareceu.

Até hoje, ninguém conseguiu descobrir para onde foi e porquê, apenas o espelho redondo, banhado a ouro, que permanece na parede do seu quarto, guarda a imagem da princesa com o seu belo vestido verde.

E o meu avô ficava por aqui, porque, quando chegava a esta parte da história, eu adormecia ou, então, já dormia sonhando com o belo vestido verde da princesa…

Alunos do 8º A: Madalena Lourenço, nº 9, e Miguel Marques, nº13.

5.11.10

BOM PORTUGUÊS

A alsa da camisola ou A alça da camisola?
A forma correcta é alça.
Deriva do verbo alçar e significa, entre outras coisas, "asa ou puxadeira para levantar algo; tira que segura algumas peças de vestuário pelos ombros".
A outra forma não existe.

3.11.10

TEXTO DO MÊS (3º Ciclo)

Este mês, a professora Beatriz escolheu esta obra para que possam ler e apreciar.


O Romance de Amadis


de Afonso Lopes Vieira


Amadis de Gaula é uma obra marcante do ciclo de novelas de cavalaria da Península Ibérica do século XVI.
Este livro é a interpretação moderna, a síntese artística de uma das grandes obras antigas de fantasia que todos conhecemos (ou devíamos conhecer).
Nesta obra narram-se as proezas e aventuras do primeiro e modelar cavaleiro andante das nações peninsulares.
Este livro é recomendado no programa de Português do 8º ano de escolaridade

Alguns excertos:

(…) Voltara ao rosto de Oriana a cor viçosa, pois já dentro do corpo formoso a fé do amor derramara a graça (…)

(…) Esta varanda é alta – receava Oriana – e não poderá subir!
- Sim, subirá – afirmava Mabília, rindo – porque nós lhe daremos as mãos!
(…)

(…) Então, sustido por Gandalim e Durim, que o tinham posto nos ombros, e ajudado de cima pelas mãos de Oriana, de Mabília e da Donzela, entrou Amadis no castelo – e ficou preso num beijo à boca da bem-amada! (…)


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Biografia de Afonso Lopes Vieira

Nasceu em Leiria em 1878 e faleceu em Lisboa em 1946.
Ainda muito novo redigiu alguns jornais manuscritos, tais como A Vespa e O Estudante. Concluiu o Curso de Direito em Coimbra, deslocando-se posteriormente para Lisboa.
Em 1897 estreou-se com o livro de poemas intitulado Para Quê?, culminando a sua actividade poética, em 1941, com Onde a Terra Se acaba e o Mar Começa. Viajou por Espanha, França, Itália, Bélgica, norte de África e Brasil. Esteve ligado à Renascença Portuguesa, ao movimento saudosista, sendo um dos principais representantes do denominado neogarrettismo. Converteu para português várias obras clássicas, tendo sido pioneiro da fotografia e do cinema. Escreveu muita literatura para crianças, colaborou na revista A Águia.
Entre 1900 e 1919 foi redactor da Câmara dos Deputados, e, a partir de 1916, dedicou-se exclusivamente à literatura e à acção cultural.
Levou a cabo inúmeras tentativas de reabilitação junto do grande público (inclusivamente infantil) de um património nacional, nomeadamente clássico e medieval, esquecido, seja pela tradução (Romance de Amadis) ou divulgação de obras de autores basilares da cultura nacional (edição de Os Lusíadas; a promoção de uma Campanha Vicentina).

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